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Sweet Leaf
31/07/2004
Maconha m?dica!



Justi?a dos EUA come?a a avaliar propriedades medicinais da maconha

A Suprema Corte dos Estados Unidos come?a a avaliar as propriedades medicinais da maconha, ouvindo os depoimentos sobre um assunto que vem colocando frente a frente o governo federal e pacientes de Aids, c?ncer e outras doen?as, que consideram a droga muito mais que um simples entorpecente.

Para o governo, a maconha ? definitivamente ilegal, mas a quest?o esbarra em uma suprema corte abertamente c?tica, que pretende analisar se a necessidade m?dica da maconha pode superar a lei federal de 1970. Esta lei classifica a droga como uma subst?ncia ilegal sem qualquer atributo medicinal aparente.

Advogados para um clube chamado Cooperativa dos Usu?rios de Maconha de Oakland, na Calif?rnia, planejam apresentar uma defesa, que eles chamam de "necessidade m?dica", na corte federal, e argumentar que os ju?zes e jurados t?m o poder de autorizar o uso da droga para fins medicinais.

Uma decis?o a favor do clube de Oakland permitiria que outros clubes retomassem a distribui??o da maconha na Calif?rnia, que aprovou uma das primeiras leis para uso m?dico da droga no pa?s, em 1996. Caso os ju?zes decidam a favor do governo federal, isso n?o anularia a iniciativa civil da Calif?rnia, mas efetivamente evitaria que clubes como o de Oakland distribu?ssem publicamente a maconha.

Defensores da "maconha m?dica" afirmam que a subst?ncia pode aliviar os efeitos colaterais decorrentes da quimioterapia, evitar rea??es como v?mitos em pacientes de Aids e at? permitir que doentes com esclerose m?ltipla se levantem de uma cadeira de rodas e caminhem. Apesar de tudo, nove estados norte-americanos j? possuem leis que permitem o uso legal da maconha para o tratamento de uma s?rie de enfermidades.

Diversos estados est?o discutindo a cria??o de lei sobre o uso da maconha para fins medicinais, o que pode levar o Congresso norte-americano a retomar seus debates com rela??o ao tema.



Canad? libera uso medicinal da maconha

O Canad? anunciou que vai liberar o cultivo, a posse e o uso da maconha por pacientes terminais e por pessoas com doen?as cr?nicas se a droga for recomendada pelos m?dicos.

Pessoas com c?ncer, Aids, epilepsia, esclerose m?ltipla e casos graves de artrite ser?o os principais benefici?rios da iniciativa, apresentada pelo Minist?rio da Sa?de.

Em 1999, o Canad? havia aprovado o uso da maconha por um pequeno grupo de pacientes, mas era preciso obter uma permiss?o especial. A nova medida amplia o uso medicinal da maconha e esclarece quais s?o os pacientes que podem ter acesso ? droga.

"Maconha legal" canadense ? palha e d? enj?o, segundo usu?rios

Dois usu?rios da maconha legalmente produzida e distribu?da pelo Minist?rio da Sa?de do Canad? a pacientes com aids est?o pedindo o dinheiro de volta.

Ap?s uma decis?o da Suprema Corte que obrigou a venda da erva sob receita m?dica, o Minist?rio da Sa?de contratou uma empresa particular para produzir maconha, ao custo de 5,75 milh?es de d?lares (cerca de R$16,2 mi) anuais, dentro de uma mina abandonada no norte da prov?ncia de Manitoba. Os m?dicos que receitam maconha devem se cadastrar junto ao governo e s?o eles os respons?veis pela distribui??o da cannabis sativa oficial, que vem em embalagem com o bras?o nacional.

No entanto alguns pacientes t?m reclamado do sabor enjoativo da erva e que n?o produz nenhum efeito. Jim Wakeford, 58, e Barrie Dalley, 52, devolveram o que sobrou dos pacotes de 30 gramas que adquiriram ao pre?o de 150 d?lares.

Testes de laborat?rio indicaram que a maconha vendida pelo Minist?rio da Sa?de possui apenas 3% de THC e cont?m chumbo e ars?nico.

Posted by Arnaldo Bhauretts at 20:09 BRST
Updated: 31/07/2004 20:33 BRST
25/07/2004
Serie: Mulheres que Amamos

Posted by Arnaldo Bhauretts at 03:15 BRST
TALVEZ voce esteja fumando um pouquinho demais quando:
Voce perde o baseado que recem bolou, bola outro, e quando percebe tinha colocado o primeiro beck atras da orelha.

Voce esta indo pra cozinha bater uma larica mas o cartoon network te distrai por meia hora.

O sinal fica verde mas leva uns 30 segundo pra voce perceber que pode continuar dirigindo.

A colorac?o normal dos seus dedos e amarela.

Comeca a inventar teorias sobre o universo e Comeca a acreditar nelas!

Quando seu pacotinho de colomy vai em menos de uma semana.

Quando voce fuma uma bomba e na sequencia ja diz "vamos fumar um ai?"

Quando, ao sair, mesmo n?o indo fumar ja pega o colirio e mete no bolso.

Toda vez que voce vai a alguma lanchonete, leva uns dois guardanapos para emergencias.

Quando esta fumando cigarro prende a fumaca por algum tempo pra dar mais "brisa".

Quando voce pensa que seria muito melhor que seus pais fumassem um tambem.

Quando voce n?o se lembra do que fez ontem, a n?o ser ter fumado um!

Quando voce vai a praia e quer queimar um dentro do mar.

Voce n?o enxerga mais nada no seu quarto alem da fumaca.

Olha por cima de cada muro de terreno baldio na esperanca de encontrar alguma plantinha especial.

Quando voce ta atrasado pro futebol, mas mesmo assim acha que da tempo pra dar pelos menos umas carburadas.

Quando voce passa a dividir o seu dia em "AM= antes da maconha" e "PM= pos-maconha"

Quando a frase "maconha no almoco, maconha no jantar, maconha ta se tornando meu suprimento alimentar" n?o te parece estranha.

Quando voce se esquece do proprio nome, telefone e endereco.

Quando vai pra faculdade pensando em estudar e chega em casa as 2:00 da madruga sem ter assistido nenhuma aula mas muuito chapado.

Quando toda vez que ve um documentarios sobre indios e a vida na selva, imagina as ervas poderosas e chapantes que eles devem ter.

Quando tuas roupas fedem mais a maconha que bagana velha.

Quando teus coroas acham normal voce queimar um.

Quando seus baseados s?o tematicos, tipo um de manh? pra acordar, um antes do almoco pra abrir o apetite, um depois do almoco pra fazer a digest?o e assim vai ao longo do dia. Todos os dias.

Quando te perguntam se voce fuma e voce responde: cigarro n?o.

Quando voce sai de casa com aquele olho que parece um farol, e acha que ninguem ta percebendo.

Quando seu maior projeto de vida e se mudar para Amsterd?.

Quando alguem da tua familia acha aquele moco "impossivel" de ser achado.

Quando dentro de todas as tuas caixas de CD ou tem uma seda, ou uma ponta, um farelo perdido.

Quando em tuas bermudas, a roupa de cama e o estofado do carro surgem misteriosos furos.

Quando voce so tem amigo maconheiro, so frequenta lugar de maconheiro, e so faz as coisas se tiver maconha.

Quando fica juntando SALIVA no caminho de volta pra casa!

Quando voce liga pra alguem e antes de atenderem voce esquece pra quem ligou.

Quando voce pega aquele cinzeiro cheio de cinza de cigarro e procura la no meio uma ponta perdida.

Comeca a misturar coisas no baseado para obter novos sabores.

Quando voce faz calculos matematicos absurdos pra ver quanto tempo vai durar seu fumo e quanto oce vai pegar da proxima vez, com quem vai pegar e qual fumo vai pegar.

Quando voce n?o consegue mais entrar no elevador se tiver algum vizinho, pois voce n?o vai conseguir controlar a risada!

Quando voce le tudo isso, se encaixa perfeitamente em todos os itens citados, chega a conclus?o que realmente esta fumando muita maconha, n?o da a minima e acende mais um...



Posted by Arnaldo Bhauretts at 03:00 BRST
24/07/2004
Serie: Marcas que Amamos





Posted by Arnaldo Bhauretts at 06:48 BRST
E viva a maconha!



A planta, outrora muito usada para os mais diversos fins, comeca a ganhar novos usos e novos defensores.

Yves Eudes

PARTE 2

O canhamo esta na moda entre os agricultores ligados aos movimentos ecologistas. Em Chauve, a 40 quilometros de Nantes, Hubert Morice, o presidente da sec?o ecologista do Centro de Valorizac?o do Meio Rural (Civam), fundou um "grupo canhamo" que reune cerca de 15 fazendeiros. "O canhamo", explica, "constitui uma ferramenta privilegiada para dinamizar a agricultura de maneira duradoura e equilibrada: basta proceder da forma certa, e ele pode ent?o ser cultivado sem herbicidas, nem pesticidas, nem inseticidas, nem fungicidas. Alem de tudo, ele regenera o solo".

Hubert Morice optou pela produc?o do concreto de canhamo (uma mistura de cal com canhamo), destinado a construc?o e ao isolamento das construc?es: "Uma casa em concreto de canhamo e 15% mais cara que uma casa ordinaria, mas trata-se de um material s?o, leve, duradouro". Da mesma forma, em Tremargat, nas Costas de Armor (Bretanha), um grupo de artes?os e de cultivadores fundou a sociedade Kana-Breizh, que fabrica materiais de construc?o a base de "canhamo etico", cultivado conforme metodos que respeitam o meio ambiente. A Kana-Breizh tambem renunciou as subvenc?es europeias, para tentar implementar uma economia rural fora do quadro do PAC (Pacto Agricola Comum).

Todos eles est?o convencidos de que a demanda ira explodir nos proximos anos, uma vez que os industriais andaram descobrindo as virtudes dos produtos a base dessa planta, principalmente os oleos e os texteis. Assim, o estilista Armani comecou recentemente a criar ternos com tecido de canhamo. Alem disso, os engenheiros n?o param de inventar novas utilizac?es da
planta: os paineis de bordo das novas Mercedes
e BMW s?o de plastico composto em parte de canhamo, um material leve, pouco inflamavel e reciclavel; fabricantes de barcos, de embalagens e de eletrodomesticos tambem se lancam na produc?o de materiais de plastico a base de canhamo e na fabricac?o da l? de canhamo.

Enquanto isso, os obstaculos vem se acumulando para os pequenos produtores. Em setembro de 2002, em pleno periodo de colheita, a Kana-Breizh foi objeto de seis controles por parte de seis administrac?es diferentes. Em Chauve, Hubert Morice foi obrigado a plantar suas sementes num terreno afastado da
estrada: "Caso contrario, os jovens da regi?o vem se servir, ja que com ou sem THC, as flores tem o mesmo aspecto. Alem disso, os policiais ficam nos arredores, a espreita".

Contudo, tantas dificuldades parecem quase agrada-lo: "Vou direto ao ponto: eu me sinto proximo de Jose Bove. Participei da destruic?o de uma plantac?o de organismos geneticamente modificados (OGMs) e ja enfrentei brigas e estadas na pris?o. Eu estou acostumado com essa guerra, e n?o terei medi de lutar para reabilitar o canhamo, mesmo se ele n?o e nem um pouco popular na policia".

Alem de tudo, a cultura do canhamo esta crescendo em outras regi?es, a partir de bases mais tradicionais. Em Bar-le-Duc, a cooperativa dos produtores de canhamo da Aube (na regi?o Leste) reune 330 agricultores, que cultivam ao todo 6 mil hectares e possuem uma usina de beneficiamento. Atualmente, ela vende 90% de sua fibra aos fabricantes de papel para cigarro, mas ela esta tambem buscando ativamente os novos mercados.

Oficialmente, os produtores de canhamo industrial n?o querem ouvir falar do canhamo que se fuma. Eles recusam todo e qualquer contato com os militantes da descriminalizac?o da maconha, que comecaram a vender objetos a base de canhamo "licito" para criar um amalgamo na mente da populac?o. Contudo, o destino do canhamo "util" e o de seu primo "recreativo" permanecem ligados.



O segundo produtor europeu de canhamo industrial e a empresa holandesa Hemp-Flax, que cultiva 2.300 hectares em Oude Pekela, no norte do pais, e possui uma usina de beneficiamento. O seu patr?o, Ben Dronkers, tem o seu assento ao lado das grandes empresas do setor no quadro da Associac?o Europeia do Canhamo Industrial (cuja sigla e EIHA). Mas, na Holanda, Ben Dronkers e conhecido sobretudo como o patr?o da sociedade Sensi-Seeds, que vende sementes de maconha aos fumantes e aos revendedores interessados em fazer um cultivo caseiro da planta. Durante a sua juventude, Ben Dronkers passou varios anos no Oriente Medio, onde ele compartilhou a vida dos produtores de canhamo. Quando ele retornou a Holanda, ele trouxe sementes, e ent?o fundou uma oficina para desenvolver variedades dotadas de teores elevados de THC.

Hoje, os tecnicos da Sensi-Seeds conseguem produzir sementes quatro vezes por ano sem alterar a sua qualidade original. Eles obtem esse resultado principalmente por meio de novos processos de clonagem das plantas, por meio do cultivo de tecidos. Em 2002, a Sensi-Seeds faturou cerca de 4 milh?es de euros (cerca de R$ 13,2 milh?es). Para a venda no varejo, a sociedade possui uma loja e um coffee shop que est?o instalados bem no corac?o do bairro "quente" de Amsterd?. Para a venda no atacado e por correspondencia, ela publica um catalogo em varias linguas e possui sites na Internet da venda e de promoc?o.

Bem ao lado de sua loja, Ben Dronkers fundou o celebre Museu do haxixe, da maconha e do canhamo, que oferece aos turistas um percurso pedagogico explicando as utilizac?es desta planta atraves do tempo. Ele e tambem co-proprietario dos coffee shops Sensi-Smile em Roterd? e do hotel Sensi-Paradise, situado numa ilha tailandesa.

Sentado no terraco de seu coffee shop, Ben Dronkers esta fumando um pouco de maconha, e bebe ao mesmo tempo um vinho suico perfumado com canhamo. As pessoas que passam o cumprimentam. Ele e uma personalidade no bairro: "Eu tomo o tempo para viver; tenho 53 anos, os meus cinco filhos trabalham comigo na produc?o do canhamo. Eles ir?o prosseguir a minha miss?o". Enquanto, de um lado, ele participa da luta pela descriminalizac?o da maconha, Ben Dronkers se interessa ha muito pelo canhamo industrial. Hoje, ele esta convencido de que, por si so, essa planta excepcional pode resolver todos os problemas de poluic?o e de esgotamento dos recursos naturais: "A fibra de canhamo permitiria produzir todo o papel de que o mundo precisa, evitando o desmatamento; em func?o de seu crescimento muito rapido, ele poderia fornecer a materia-prima para um combustivel biologico capaz de substituir o petroleo, e que produz ao mesmo tempo oxigenio; a sua semente rica em proteinas poderia atender as necessidades nutricionais do terceiro-mundo - sem falar de suas virtudes medicinais... O canhamo poderia salvar o planeta"...

Ja em 1989, ele se informa sobre a produc?o de sementes com baixo teor de THC e descobre que elas desapareceram praticamente do continente europeu. Um dos ultimos lugares onde ela pode ser encontrada e a FNPC em Le Mans, cujos negocios est?o periclitando. Ele decide ent?o de ajudar essa cooperativa: "No espaco de tres anos, eu tive que comprar dos franceses 27 toneladas de sementes, das quais eu consegui revender apenas 200 quilos, uma vez que n?o havia mercado. Mas isso n?o me importava, pois o meu objetivo era de preservar esse recurso unica na Europa". Ben Dronkers esta convencido de que, naquela epoca, ele salvou a FNPC da falencia.

Em 1994, ele da inicio a sua propria produc?o de canhamo industrial e funda a Hemp-Flax. Ele compra uma fabrica de papel?o em Oude Pekela, que ele transforma numa usina de processamento de fibras, e ent?o firma contratos com os agricultores da regi?o. Para as suas sementes, ele abastece, e claro, na FNPC. Ora, nesse meio-tempo, o ministerio da agricultura frances ja descobriu a personalidade e o percurso do patr?o da Hemp-Flax, e decide impedir essa venda. Contudo, a FNPC sabera por sua vez mostrar-se solidaria com o seu cliente providencial: ela passa por cima das advertencias e entrega a mercadoria apesar de tudo.

Desde que ela foi fundada, a Hemp-Flax tem investido na concepc?o e na fabricac?o de maquinas especialmente adaptadas para a cultura do canhamo, da qual ela e proprietaria das patentes. Os seus laboratorios conseguem elaborar uma nova variedade de sementes com um teor em THC inferior a 0,2%, porem mais bem adaptada ao clima da Holanda. Eles acabam de obter a sua homologac?o junto as autoridades europeias e preparam-se para comercializa-la.

Hoje, a Hemp-Flax emprega cerca de 40 pessoas e fornece trabalho para 160 agricultores. Ela acabar de comprar a Hemp-Ron, o seu unico concorrente holandes, alem de uma grafica e de uma usina de processamento de fibras que esta instalada perto de Berlim:"Os alem?es ser?o em breve grandes compradores, uma vez que eles s?o sensiveis aos argumentos ecologicos. Alem dos materiais plasticos, os fabricantes de equipamentos est?o trabalhando num projeto que consiste em fabricar plaquetas de freios a base de canhamo".

Contudo, a Hemp-Flax ainda esta fortemente deficitaria e sobrevive gracas ao apoio financeiro da Sensi-Seeds. Em Oude Pekela, a usina de processamento de fibras abriga tambem um deposito de sementes com teores elevados de THC que pertence a Sensi-Seeds, assim com uma oficina de embalagem: "Eu ja investi 15 milh?es de euros (cerca de R$ 49,5 milh?es) na Hemp-Flax, e pretendo prosseguir. Eu fiz fortuna gracas a Sensi-Seeds, mas eu n?o preciso de todo esse dinheiro, ent?o prefiro gasta-lo em prol de uma verdadeira causa. Quando se trata de salvar o planeta", conclui Ben Dronkers, enquanto aperta um novo baseado, "Nada disso tem importancia".

Posted by Arnaldo Bhauretts at 06:05 BRST
Updated: 24/07/2004 06:29 BRST
23/07/2004
Serie: Mulheres que Amamos






Posted by Arnaldo Bhauretts at 06:46 BRST
E viva a maconha!



A planta, outrora muito usada para os mais diversos fins, comeca a ganhar novos usos e novos defensores.

Yves Eudes

PARTE 1

Papel, paredes, tecidos, embalagens e paineis de bordo, o canhamo, tambem conhecido como maconha, serve para fabricar de tudo... e tambem para fumar baseados. Outrora familiar, esta planta tornou-se suspeita e por pouco n?o desapareceu. Hoje, ela encontrou novos promotores.

"O canhamo e uma antiga tradic?o da regi?o de Nantes (no oeste da Franca). Durante seculos, os nossos ancestrais a cultivaram para fabricar as cordas e as velas de seus navios, assim como roupas, sacos, papel, telas, e mil outras coisas... Na epoca do outono, a colheita do canhamo e a extrac?o da fibra mobilizavam as aldeias durante dias e noites. Depois disso, eram organizadas as festas mais doidas do ano, uma vez que o cheiro do canhamo transtornava a cabeca das garotas...". Jean-Claude David, 53 anos, um antigo militante do movimento rural do Larzac, um sindicalista campones e um comerciante de produtos hortifrutigranjeiros "biologicamente corretos", mora em Saint-Julien-de-Concelles (na Loire-Atlantique, cuja capital e Nantes), numa fazenda que ele construiu com as proprias m?os. Sobre a comoda da sala, ele colocou uma foto: "Ela foi tirada pelo meu pai, em 1952. O garotinho ali, sou eu, nos bracos da minha avo. E logo atras, e a imensa plantac?o de canhamo. O meu pai continuou cultivando a planta ate o fechamento das oficinas de fiac?o de Angers".

Assim como na quase totalidade das regi?es da Europa, a cultura do canhamo nas ribanceiras do rio Loire entrou em declinio acelerado no decorrer do seculo 20, por causa da concorrencia das fibras sinteticas. Mas o seu desaparecimento quase total teve tambem uma outra causa: o canhamo dos nossos campos e a cannabis sativa, mais conhecida como maconha, s?o a mesma planta, "cannabis" sendo a palavra em latim que significa "canhamo". Em estado selvagem, todas as variedades de canhamo contem THC (tetrahydrocannabinol), a substancia psicotropica t?o apreciada pelos fumantes de baseados.

As leis proibindo fumar a maconha resultaram em todos os paises ocidentais no abandono quase completo do cultivo do canhamo: esta planta familiar de repente havia se tornado suspeita, subversiva, e quase exotica, uma vez que ela havia mudado de nome. A Franca e um dos unicos paises da Europa a ter mantido uma produc?o, sobretudo para fabricar papel de seda para cigarro. Com isso, os fumantes de tabaco inalam tambem maconha, sem saber disso! Para evitar os problemas com a justica, a Federac?o Nacional dos Produtores de Canhamo (FNPC), instalada na cidade de Le Mans (sudoeste de Paris), desenvolveu variedades de sementes com teor muito reduzido de THC, e portanto sem efeito psicotropico. Hoje, a lei autoriza a cultura de canhamo contendo menos de 0,2% de THC.

Com a autoridade conquistada ao longo de decadas de pesquisas, a FNPC garantiu um monopolio quase total na escala europeia sobre a venda de sementes "licitas". Alem disso, os cultivadores n?o tem direito de conservar as sementes que eles produzem e s?o obrigados a reabastecer a cada ano na FNPC. Se um unico pe de canhamo com forte teor de THC crescer em algum lugar, ele pode polinizar outros campos de plantas "licitas" numa area de ate 30 quilometros. Para garantir o respeito a lei, a administrac?o implantou um sistema rigido de controles, de colheitas de amostragens e de analises.

De fato, na Franca, a produc?o desta planta continua sendo uma aventura. Em 1996, Jean-Claude David decidiu produzir a "piquette" (nome popular dado a um vinho mediocre), uma bebida tradicional apreciada pela clientela das lojas de alimentos "biologicamente corretos". Ent?o, ele resolveu dar inicio a fabricac?o da "frenette", a base de freixo, e ainda da "ortillette", feita com urtigas. Um belo dia, ele teve a ideia de produzir uma bebida a base de
canhamo: "Eu plantei canhamo numa parcela da minha plantac?o e inventei a "chanvrette" ("canhamete"). Para decorar as minhas garrafas, mandei imprimir rotulos com uma bela folha de canhamo." Ora, a folha de canhamo e tambem o simbolo internacional dos militantes da descriminalizac?o da maconha.

N?o demorou muito para ver surgirem os problemas: ele e convocado pela brigada de repress?o das drogas de Nantes, a Policia Judiciaria (PJ) de Rennes vasculha a sua propriedade e a sua casa, ele e obrigado a se apresentar perante os responsaveis do servico de repress?o das fraudes, e objeto de um inquerito dos oficiais da alfandega, e, por fim, o seu estande no Sal?o da Agricultura e desmontado pela policia. "Todos os testes que eles fizeram mostraram que o meu produto n?o contem THC", garante Jean-Claude David. "O que eles querem sobretudo e obrigar-me a suprimir a folha de canhamo do meu rotulo e a mudar o nome". Mas, o agricultor, que esta acostumado a enfrentar as autoridades, aguenta firme. Em 2002, ele produziu 50 mil litros de chanvrette, que ele comecou ate mesmo a exportar para os paises do Norte. La, a sua bebida chama-se "Kannab-Fizz".

Posted by Arnaldo Bhauretts at 06:02 BRST
Updated: 23/07/2004 06:08 BRST
Serie: Marcas que Amamos





Posted by Arnaldo Bhauretts at 05:51 BRST
Updated: 23/07/2004 06:06 BRST
27/06/2004
35 anos de Sarasani Coffee Shop


Ha 35 anos o Sarasani Coffee Shop vem, legalmente, vendendo cigarros de maconha a sua freguesia em Utrecht, na Holanda. Foi o primeiro coffee-shop do genero. Pela lei holandesa, so podia vender - por dia e para consumo no proprio estabelecimento - ate meio quilo de cannabis (maconha), haxixe (pasta oleosa tirada da resina da planta-canhamo) e skunk (germinac?o sem uso de terra).

Na semana comemorativa, os proprietarios promoveram festivas noitadas canabicas. A principal atrac?o foi o AK47. Aviso: n?o se trata de um conjunto musical, mas de uma especie de erva canabica, com grande concentrac?o do principio ativo, ou seja, tetra-hidro-canabinol mais forte. Outro aviso: no Sarasani, n?o se vende maconha transgenica.

Varios convites foram distribuidos para a semana comemorativa. Dentro do envelope, ha uma imitac?o de cigarro de maconha, enrolado em fino papel de seda gomado. Alias, um papel igual aos vendidos, em caixinhas coloridas, nas bancas de jornais brasileiras: Colomy, Smoking etc. E os pais que entram nas bancas fingem pensar que se trata de papel para consumidores de tabaco picado.

Utrecht tem 1,2 milh?o de habitantes e fica no caminho entre Amsterd? e Roterd?. Em toda a Holanda, existem mais de 800 estabelecimentos que vendem maconha. Naquele pais, o consumo de maconha e tolerado apenas nos cafes e nos domicilios. O porte para uso e proibido, salvo nos estabelecimentos autorizados e inspecionados. Quanto ao plantio ou importac?o, so com especial autorizac?o.

O objetivo da politica holandesa, ao liberar o consumo em cafes, foi, basicamente, o de afastar o consumidor do traficante, este sempre pronto a oferecer uma droga nova, mais pesada e de maior risco a saude. Com isso, os cafes holandeses acabaram incrementando o turismo. Para se ter ideia, 26 coffee-shops de Amsterd? promovem, anualmente, a Cannabis Cup. Para fazer parte do juri de degustadores que escolher?o a melhor, paga-se US$ 225.

Posted by Arnaldo Bhauretts at 04:14 BRST
Inimigos da Maconha



Primeiro Inimigo:
Harry J. Aslinger - Comissario da Agencia Federal de Narcoticos (Predecessora do DEA)

Harry Aslinger foi largamente responsavel pelo combate e proibic?o do uso da erva. Com a ajuda do jornal Hearst, Aslinger espalhou historias horriveis sobre assassinatos e estupros cometidos por "negros, mexicanos e orientais" que, supostamente, estavam sob efeito da "terrivel marihuana". A maioria dessas historias inventadas eram divulgadas pelo difamado jornal Hearst. Geralmente, Aslinger era a fonte dessas historias e costumava usar de intimidac?o para espalhar medo da erva. Aslinger era sobrinho de Andrew Mellon. Mellon era Secretario do Tesouro, dono da Gulf Oil e um dos homens mais ricos da America. Mellon usou sua influencia para ter seu sobrinho indicado para o cargo de chefia da, na epoca, recem-formada Agencia Federal de Narcoticos. Mellon tambem era dono do Banco Mellon, que emprestou milhares de dolares a Lammont Du Pont, para ajudar a estruturar sua crescente industria petroquimica.



Segundo Inimigo:
William Randolph Hearst e Lammont Dupont

Nos anos 20, a companhia Du Pont desenvolveu e patenteou combustiveis aditivados, diversos processos de fabricac?o de papel e varios novos produtos sinteticos como nylon, celofane e outros plasticos. Ao mesmo tempo, outras empresas estavam desenvolvendo outros produtos sinteticos obtidos atraves de recursos naturais renovaveis - especialmente a Cannabis. A manufatura da Cannabis prometia eliminar em grande parte a necessidade de grandes florestas de eucalipto para a produc?o de papel e tambem reduziria drasticamente o valor das vastas florestas de eucalipto, as quais Hearst era dono. Ford e outros donos de companhias famosas tambem prometiam usar a Cannabis em varios produtos, que antes eram produzidos atraves de hidrocarbonetos, vindos do petroleo. Em resposta, de 1935 a 1937, Du Pont pressionou o chefe do conselho do Departamento do Tesouro a proibir a manufatura da Cannabis, alegando que seus produtos petroquimicos sinteticos poderiam substituir o oleo de semente de maconha no mercado. William Randolph Hearst odiava minorias e usava seu jornal para agravar tens?es sociais sempre que tinha oportunidade. Hearst odiava especialmente mexicanos. O jornal de Hearst retratava os mexicanos como preguicosos, degenerados, violentos e fumantes de maconha. O real motivo por tras desse preconceito pode ter sido a perda de 800.000 acres de terra para o rebelde Pancho Villa.



Terceiro Inimigo:
Andrew Mellon - Secretario do Tesouro

Andrew Mellon, tio de Aslinger, financiou uma industria de oleo no Texas, em 1900, o que se tornou um dos maiores negocios daquele tempo. Mais tarde, ele comprou as ac?es de seus socios e se tornou o unico dono da Gulf Oil. Isto fez dele um dos homens mais ricos dos Estados Unidos. No tempo em que ele trabalhava na Secretaria do Tesouro, em 1912, ele era considerado o homem mais rico da America. Apesar do obvio conflito de interesses e do colapso da economia americana em 1929, Mellon continuou em seu poderoso posto por 20 anos. Houveram varios escandalos durante seu mandato, incluindo o "escandalo da cupula do cha", onde Mellon estava envolvido na venda ilegal de oleo publico em troca de subornos. Tambem foi acusado de fazer contribuic?es secretas para a disputa presidencial de 1920. Cobica e interesses pessoais foram as principais raz?es para que esses homens fizessem tantos esforcos para desacreditar o uso da Cannabis. Aslinger continuou sua campanha contra a erva ate se aposentar, nos anos 60. A campanha se espalhou pelo mundo e vinha tendo sucesso na proibic?o da maconha pelo planeta. Muitos paises est?o comecando a olhar para esses erros politicos do passado. A erva esta novamente sendo reconhecida como valioso recurso que pode ser utilizado em lugar de outras soluc?es toxicas do passado. Tudo que pode ser feito de eucaliptos ou oleo, pode ser feito de maconha. Agora e tempo de comecar a pesquisar as inumeras aplicac?es dessa importante planta.

Posted by Arnaldo Bhauretts at 03:48 BRST
Updated: 27/06/2004 03:54 BRST
26/06/2004
N?o tenha panico!




Estudo diz que maconha n?o provoca danos cerebrais

Pesquisadores da Universidade da California em San Diego (EUA) afirmaram que fumar maconha altera as func?es cerebrais, mas n?o provoca danos permanentes. "A descoberta foi de certa forma surpreendente. Esperavamos detectar maiores danos nas func?es cerebrais mais apuradas", disse Igor Grant, principal autor do estudo. Outras drogas ilegais, e mesmo o alcool, provocam danos cerebrais.

A equipe dele analisou dados de 15 estudos publicados anteriormente a respeito dos efeitos de longo prazo do uso recreativo da maconha sobre a capacidade neurocognitiva dos adultos. Os estudos aplicaram testes mentais em usuarios da maconha, mas n?o quando estavam sob o efeito da droga, afirmou Grant.

Os resultados, publicados na edic?o de julho da revista Journal of the International Neuropsychological Society, mostram que a maconha produzia um dano de longo prazo apenas marginal, afetando pouco as capacidades de aprendizado e memoria. E nenhum efeito foi registrado em outras func?es, entre as quais o tempo de reac?o, a atenc?o, a linguagem, a habilidade de argumentac?o e as capacidades motora e perceptiva.

Conforme Grant, a descoberta e particularmente importante em meio a quest?es sobre a toxicidade cumulativa da droga no momento em que varios Estados norte-americanos estudam a possibilidade de autorizar o uso medicinal da substancia. O estudo, envolvendo 704 usuarios antigos da maconha e 484 n?o-usuarios, foi patrocinado por um programa do governo que supervisiona pesquisas sobre o uso da maconha como medicamento.




Maconha devera ser legalmente receitada por medicos ingleses

Medicos britanicos deram sinal verde para que a maconha seja considerada uma droga de baixo risco no pais, no mais recente de uma serie de passos na direc?o de relaxar a postura do governo em relac?o as drogas mais leves.

Em um relatorio enviado ao Secretario do Interior David Blunkett, experts em medicina do Conselho de Abuso de Drogas disseram que os produtos preparados com a maconha devem ser rebaixados para a classe C - o grupo de drogas controladas de baixo risco. Classificar a droga em qualquer categoria mais elevada seria "desproporcional", avisa o relatorio.

A nova classificac?o colocaria a maconha, que o governo estima ter sido usada por mais de um milh?o e meio de britanicos com idades entre 16 e 24 anos ano passado, no mesmo nivel dos esteroides e dos hormonios de crescimento.

Pesquisadores afirmaram que, caso relaxasse suas leis em relac?o a maconha, a Gr? Bretanha poderia economizar cerca de 50 milh?es de libras (R$ 166,5 milh?es) ao ano e liberar 500 oficiais de policia para atuar em outras areas.

Dados do governo britanico mostram que o uso da maconha aumentou nas ultimas duas decadas. O uso a longo prazo da droga entre pessoas de 20 a 24 anos de idade no pais cresceu de 12% em 1981 para 52% em 2000.

O governo anunciou tambem que ira decidir ate 2005 se permite ou n?o a comercializac?o de produtos derivados da maconha para uso medico. Os pacientes que sofrem de esclerose multipla e outras doencas lutam ha muito tempo para poderem usar medicamentos derivados de maconha legalmente receitados para combater a dor.

Posted by Arnaldo Bhauretts at 07:11 BRST



Posted by Arnaldo Bhauretts at 06:28 BRST
21/06/2004
A historia da maconha no mundo
A prova da associac?o Homo sapiens sapiens e Cannabis sativa mais antiga que se tem s?o as fezes fossilizadas de um membro de nossa especie que contem claramente vestigios de polen de Cannabis. Este cropolito foi achado as margens do lago Baikal, localizado na Asia Central, e datado em 10 mil anos. E provavel que a Cannabis tenha sido uma das primeiras plantas a serem domesticadas pelo homem ha 20 mil anos - varios e fortes indicios levam a essa conclus?o. Ha 15 mil anos, acredita-se, a planta ja era usada para a confecc?o de tecidos, cordas, fios, etc., no entanto, n?o se sabe se era ja inalada ou ingerida deliberadamente com a intenc?o de alterar a consciencia, Em todo caso, ha provas definitivas do uso cultural da Cannabis ha 6.500 anos naquela que e considerada a mais antiga cultura neolitica da China chamada Yang Chao. Nessa cultura, as fibras da planta eram usadas na confecc?o de roupas, redes de pesca e caca, cordas, etc., sendo que as sementes eram usadas na alimentac?o na forma de farinha, bolos, pudins e outras preparac?es.

O livro de medicina mais antigo que se conhece, o Pen-Ts'ao Ching, remonta ha 4 mil anos e fala do uso magico das inflorescencias femininas da planta: "Se tomada em excesso produzira a vis?o de demonios. Se tomada durante muito tempo ilumina seu corpo e o faz ver espiritos." Ha 3.500 anos, o Atharva Veda, livro sagrado dos hindus, tambem se referia a Cannabis na forma de Bhang, preparac?o esta que incluia a resina da planta misturada com manteiga e acucar. O Bhang era usado para "libertar da aflic?o" e para "alivio da ansiedade". Ainda hoje o Bhang e consumido livremente em algumas partes da India pelos recem-casados na noite de sua lua-de-mel, como afrodisiaco. A religi?o hinduista acredita que a Cannabis e um presente dos Deuses. De fato, diz-se que a planta teve origem quando Shiva (uma das personalidades de Deus na triade dessa religi?o), chegando a um banquete preparado por sua esposa Parvati, saliva ao ver tantas delicias e de sua saliva surge a planta abencoada.

Os Shivaistas, devotos de Shiva, fumam continuamente a ganja (a planta feminina) com o charas (a resina das flores) para meditarem e se elevarem espiritualmente. Eles consideram que o chillum - o cachimbo onde a planta e fumada - e o corpo de Shiva, o charas e a mente de Shiva, a fumaca resultante da combust?o da planta e a divina influencia do Deus e o efeito desta, sua misericordia. Os Citas tambem faziam uso magico-religioso da Cannabis. Esta era privilegio dos nobres que se reuniam para consumi-la em tendas especialmente construidas para este fim. Essas tendas eram montadas sobre as areias do deserto e um grande buraco era aberto onde se queimavam toras de madeiras aromaticas. Quando estas estavam em brasa, tres ou quatro pes da planta eram jogados inteiros no buraco que era ent?o coberto com uma tampa feita de pele de carneiro, exceto por uma abertura em torno da qual os participantes se reuniam para gozarem dos vapores que se elevavam. Isso ha 2.800 anos.

Os Assirios conheciam a planta a qual chamavam Kunubu ou Kunnapu, que veio dar no latim Cannabis. A planta era cultivada pelo rei, que a distribuia diariamente, junto com um litro e meio de cerveja, para todos os cidad?os, num claro exemplo de uso hedonistico, n?o anomico. As qualidades medicinais da planta est?o descritas em escrita cuneiforme num dos livros mais antigos da humanidade e que fazia parte da Biblioteca de Assurbanipal ha 2.700 anos. Este livro pode ser visto hoje no British Museum em Londres.

Entre os gregos, a Cannabis, na forma de haxixe, era ingerida junto com o opio na celebre preparac?o (descrita por Homero) chamada nepenthes, que aliviava as dores, angustias e preocupac?es. Devido a proibic?o do Cor?o ao uso do alcool, desde sempre o haxixe e a Cannabis tem sido o embriagante preferido dos povos islamicos. Sendo considerada pura, a planta e passivel de ser usada pelos crentes. A celebre seita dos haxixin, liderada pelo afamado Al-Hassan Ibn-Al Sabbah, o Velho da Montanha, fazia uso da planta. Seu lider levava os membros a um recinto onde estes fumavam haxixe em meio a um lauto banquete servido por jovens e belas mulheres que lhes atendiam em todos os seus desejos. Apos isto, o Velho da Montanha lhes dizia que assim gozariam do paraiso de Allah caso cometessem assassinatos politicos que favorecessem a seita. A palavra assassino tem origem a partir deste episodio, ja que os membros da seita eram chamados de haxixin. E certo que os cruzados que os combateram aprenderam destes o uso do haxixe, levando-o consigo de volta a Europa.




Com a islamizac?o do norte da Africa, a planta se espalha rapidamente por este continente e breve n?o so os povos islamizados dela fazem uso entusiastico como tambem as tribos animistas do resto da Africa. Um rei africano apresentado a erva, converte-se a seu culto e a tribo passa a se chamar Bena Riamba - "os irm?os da Cannabis". Todo dia ao por-do-sol, os membros desta tribo se reunem em roda no patio central da aldeia para fumar a planta. Antes de passar o cachimbo, olham-se nos olhos dizendo: "Paz irm?o da Cannabis". Representantes desta tribo s?o ate hoje encontrados na costa sul de Mocambique. Assim como os Bena Riamba, muitas outras tribos se convertem ao uso da planta, incorporando-a em destaque no seu pante?o. A palavra maconha, nome pelo qual a planta e conhecida entre nos, vem de Ma Konia, m?e divina, num dialeto da costa ocidental africana. Apesar de se saber que as caravelas portuguesas tinham seu velame e cordame feitos da fibra do canhamo (Cannabis sativa), acredita-se que a Cannabis tenha sido introduzida no Brasil pelos negros escravos que para ca foram trazidos. Os nomes pelos quais a planta e conhecida no Brasil indicam tal fato, ja que s?o todos nomes de origem africana: fumo d'angola, Gongo, Cagonha, Maconha, Marigonga, Maruamba, Dirijo, Diamba, Liamba, Riamba e Pango. Este ultimo vem do sanscrito Bhang, atraves do arabe Pang, ate o africanismo pango. De toda forma, a planta esteve desde o inicio associada a populac?o de origem africana, sendo que a ampliac?o de seu uso, atingindo tambem aqueles de origem europeia, era considerada por autores como Rodrigues Doria como: "uma vinganca da raca dominada contra o dominador". Os cultos afro-brasileiros sempre utilizaram a Cannabis. Ja no seculo XVIII, os relatos sobre os calundus - reuni?o de negros ao som de tambores - indicavam a presenca da planta, que era inalada pelos participantes, deixando-os "absortos e fora de si". Ate a decada de 30 do seculo XX, quando s?o legalizados os Candombles e Xangos, a Cannabis era constantemente apreendida nos terreiros junto com os objetos de culto. A Cannabis e considerada planta de Exu, sendo consagrada a esta divindade.

Em 1830, a legislac?o do municipio do Rio de Janeiro punia o uso do "pito de pango", como era conhecida a Cannabis, com pena de multa de 5 mil reis ou dois dias de detenc?o, esta foi nossa primeira lei a respeito da planta.

Nas decadas de 20 e 30 deste seculo, s?o produzidos os primeiros trabalhos cientificos brasileiros a cerca do habito de fumar a Cannabis. Apesar de seus autores serem em sua quase totalidade medicos preocupados em justificar a proibic?o da planta, estes tinham um olhar etnografico sensivel, descrevendo com minucias os rituais do "clube de diambistas", nome dado a associac?o de individuos com o intuito de fumar Diamba. Os diambistas eram, preferencialmente, membros dos estratos mais baixos da populac?o brasileira, em especial pescadores que se reuniam para fumar a erva cantando loas a esta. S?o dessa epoca os famosos versos: "Diamba, sarabamba, quando fumo Diamba, fico com as pernas bambas. Fica sinho? Dizo, dizo". Termos utilizados pelos diambistas, como "fino", "morra" e "marica" entre outros, s?o ate hoje parte da giria propria dos usuarios da Cannabis.

A distribuic?o geografica do consumo da Cannabis na epoca incluia Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Maranh?o e Bahia. Dai, pouco a pouco o habito se espalha e, a partir da decada de 60, com a contra-cultura, passa a atingir outros estratos sociais. Atualmente, seu uso e amplamente disseminado entre as camadas medias urbanas. Tambem os povos do novo mundo n?o ficaram imunes a Cannabis. Hoje em dia no Brasil, os Mura, os Satere-Mawe e os Guajajaras fazem uso tradicional da erva. Os Guajajaras tem a planta em alta estima e sua presenca na mitologia do grupo atesta a antiguidade de seu uso, que remontaria a segunda metade do seculo XVII. A planta e consumida no contexto xamanico, junto com o tabaco, para propiciar o transporte mistico do paje e na divinac?o. No contexto profano, a erva e inalada em grupo antes de trabalhos pesados nos mutir?es para dar disposic?o, indicando que a chamada "sindrome amotivacional" - associada a Cannabis - possa ser um fenomeno antes cultural do que uma decorrencia dos seus principios ativos. Os dados jamaicanos parecem confirmar essa tese, uma vez que nesse pais a Cannabis e amplamente fumada por trabalhadores rurais como estimulante antes de trabalhos pesados e extenuantes.

Outros nativos da America tambem usam a Cannabis, entre os quais est?o os indios Cuna do Panama, que ja possuiam escrita antes da chegada dos europeus, os indios Cora do Mexico, e outros. Hoje em dia existem religi?es organizadas onde observa-se o uso da Cannabis. Para os Rastafari da Jamaica, a planta e Kaya, a energia feminina de Deus. Seu uso diario naquilo que e chamado "Irie meditation", a meditac?o na energia positiva, e justificado pelas seguintes passagens da Biblia, no Genesis: "Eu sou Jeova teu Deus, eis que te dou toda a planta que ha sobre a terra, e que da semente nela mesma, para que fazeis bom uso dela" e no livro das revelac?es, o Apocalipse, quando descreve o paraiso: "Vi tambem a arvore da vida, cujas folhas s?o a cura das nac?es".

Para a doutrina do Santo Daime, a planta e sagrada e identificada com Santa Maria, a m?e de Jesus. Para consagra-la, e necessario aderir a um uso cultural diferenciado, sendo a planta consumida exclusivamente durante os rituais, em silencio, com o pito, a denominac?o nativa para baseado, passado sempre no sentido anti-horario, isto e, da direita para a esquerda. Devido a longa historia de associac?o entre nossa especie e a Cannabis, esta apresenta um grande polimorfismo decorrente de inumeras hibridizac?es levadas a cabo com a intenc?o de desenvolver plantas com qualidades desejadas. Sendo uma planta dioica, ou seja, possuindo os sexos separados em duas plantas: uma macho e outra femea, o genero Cannabis compreende tres especies distintas: sativa, indica e ruderalis.

Posted by Arnaldo Bhauretts at 06:12 BRST
Updated: 21/06/2004 06:31 BRST
Decalogo
Existe na natureza uma planta estrategica para o mundo moderno. Capaz de entrelacar duas lutas vitais deste inicio de seculo: O desenvolvimento sustentavel e as liberdades individuais. Cannabis Sativa e o nome desta planta. Estrategica, porem discriminada.

1. N?o e de hoje que a cannabis sativa e usada pelo homem. Em 2.800 antes de Cristo ela ja era cultivada pelos chineses para extrac?o de fibra. As caravelas usadas na descoberta da America tinham suas velas feitas a partir da cannabis (mais tarde, Napole?o tentaria liquidar a Marinha britanica barrando a chegada da cannabis russa). Estima-se que, no final do seculo passado, ate 90% do papel usado no mundo provinha da cannabis, da qual foi feita a primeira Constituic?o dos Estados Unidos. Os primeiros jeans tambem foram feitos da fibra da planta. De uma maneira ou de outra, a cannabis atravessa toda a historia da Humanidade.

2. Seria, ent?o, uma planta milagrosa? Quase. Da cannabis pode-se extrair 25 mil produtos de uso essencial para a sociedade moderna. Roupas, calcados, produtos de beleza, oleo de cozinha, chocolate, sab?o em po, papel, tintas, isolantes, combustivel, materiais de construc?o, carrocerias de carro e muitos outros produtos fazem da cannabis uma materia-prima valiosa para a industria mundial moderna.

3. A cannabis sempre foi usada como instrumento religioso. Suas sementes eram queimadas pelos sacerdotes para produzir os transes misticos. Seu uso com fins recreativos comecou entre os gregos, nos grandes banquetes.

4. O uso industrial da cannabis sativa foi em grande parte sufocado por uma campanha agressiva de um concorrente direto, a industria do petroleo. Em 1940, Henry Ford chegou a produzir um carro com a fibra da cannabis e movido por oleo da semente da planta. Nos anos seguintes os conservadores norte-americanos procuraram estigmatizar a planta, atacando seu uso como droga e apelidando-a de Marijuana _ um apelo ao racismo contra os mexicanos. A campanha resultou na proibic?o da cannabis sativa nos EUA.

5. Tambem no Brasil, as dificuldades para o uso industrial da cannabis provem de uma campanha de vies racista contra a maconha. Os negros africanos que chegavam como escravos traziam as sementes em suas tangas e se reuniam a noite para fumar e cantar. Cientistas procuraram depreciar aquele habito, tentando, sem sucesso, evitar sua difus?o entre os brancos.

6. A cannabis tem um grande poder medicinal. Na China era usada como anestesico. Hoje, e considerada um grande remedio contra o enjoo provocado pela quimioterapia contra o cancer. E aceita tambem no tratamento de glaucoma e pode ser usada contra a asma e o stress. Muitos pacientes com Aids a utilizam para abrir o apetite e ganhar peso, reunindo forcas para resistir.

7. As pesquisas medicas indicam que a cannabis faz menos mal que o tabaco ou o alcool. Diferente deste, e inofensiva para terceiros, pois n?o provoca agressividade ou descontrole emocional. N?o ha indicios de dependentes de cannabis nas clinicas brasileiras. Diz-se que a dose mortal de cannabis s?o dois quilos jogados do 25o andar de um predio.

8. A proibic?o do uso da cannabis sativa tem sido o pretexto para uma das formas mais hipocritas de violencia contra o cidad?o. Pessoas de bem s?o abordadas como criminosas e arrancadas de sua tranquilidade, nos ja famosos "teatros" de agress?o e extors?o da policia. A lei encaminhada no Congresso descriminalizando o usuario sera um passo importante para abolir estas situac?es da vida brasileira. Mas a violencia provocada pelo trafico so sera extinta com a liberac?o total da cannabis.

9. Hoje, a cannabis e plantada na Hungria, Franca, Canada, Inglaterra, Portugal, China, Nova Zelandia, Suica e Espanha. Com pesquisas geneticas, o Brasil poderia produzir em tres anos a semente da cannabis sem o THC (o principio psicoativo), para uso industrial.

10. A cannabis e uma materia-prima estrategica para a sociedade sustentavel. Ao contrario do petroleo, e um recurso renovavel e limpo. Seu cultivo n?o necessita de agrotoxicos e tem alta performance produtiva, pois cresce em no maximo 110 dias (podendo ser associado a outras culturas). A cannabis favorece o principio ecologico do desenvolvimento de regi?es auto-sustentaveis, com plantac?es e fabricas lado a lado. A luta pela plantac?o da cannabis sativa com uso industrial, ja adotada por grifes internacionais como Adidas, Guess e Calvin Klein, e uma janela de otimismo para o futuro sustentavel do planeta, apos o fim do petroleo e seus derivados. A luta pela legalizac?o da cannabis fumada por milh?es de pessoas se insere no avanco das liberdades individuais, uma marca deste fim de seculo.

Posted by Arnaldo Bhauretts at 05:57 BRST
Atenc?o!
Este blog n?o faz nenhum tipo de apologia ao uso de drogas. Apenas defendemos a legalizac?o da maconha, e o direito ao consumo da mesma.
O conteudo deste blog foi retirado da internet, portanto, fiquem a vontade para copiar e usar tudo o que quiserem. Isso e a democratizac?o da informac?o.
Divirta-se!

Posted by Arnaldo Bhauretts at 05:54 BRST

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